Ao celebrar o Outubro Rosa, temos uma importante missão! Durante todo o mês vamos trazer para vocês assuntos e informações relevantes sobre a prevenção e tratamento do câncer de mama, doença que mais mata mulheres no Brasil e que mais ataca- ficando apenas atrás dos cânceres de pele do tipo não melanoma.
Para tirar algumas dúvidas sobre o tema, conversamos com a Dra. Mariana Rosario, ginecologista e mastologista, que faz um importante alerta: “Com a pandemia, muitas mulheres deixaram de ir ao médico. E é importante ressaltar que o autoexame não substitui consultas e exames de imagem”, diz.
Com os tratamentos cada dia mais avançados, é possível atingir alto índice de cura nos casos de câncer de mama, mas o cuidado médico preventivo para detectar a doença bem no começo é fundamental. “Fazer a rotina de exames, na época certa, é o que diferencia um tratamento com grandes chances de sucesso de um paliativo. Essa rotina não evita que a paciente tenha câncer, mas faz com que consigamos detectá-lo bem no começo”, alerta.
Como é o tratamento do câncer hoje?
O Instituto Nacional do Câncer considera as modalidades de cuidado do câncer de mama agrupadas em tratamento local (com cirurgia e radioterapia) e tratamento sistêmico (com quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica).
Segundo registros do Inca, para os tumores in situ ou não invasivo, (o primeiro estágio em que o câncer não originário das células do sangue pode ser classificado), há uma prevalência de uso de tratamento local (em 62,6% dos casos) ou de local e sistêmico combinados (em 32,9% dos casos). Já para os grupos de estádio I, II e III, o tratamento combinado foi o mais utilizado, chegando a 70% dos casos. O tratamento sistêmico isolado foi utilizado em 47,2% dos casos de estádio IV, seguido dos tratamentos combinado, local e sistêmico.
Por que os tratamentos podem variar de paciente para paciente? “Porque o câncer de mama é uma doença que muda durante seu desenvolvimento, gerando novos comportamentos e respostas. Nunca é igual, de pessoa para pessoa. Por isso, exige um tratamento personalizado”, explica a médica.
Após a descoberta do câncer, o prazo médio de tratamento é de um ano. Existem casos em que há necessidade de cirurgia, que pode ser parcial – com retirada do tumor e de uma área sadia ao redor dele, chamada de área de segurança, para evitar que as células cancerígenas se multipliquem novamente – ou total, na chamada mastectomia total.
No caso da retirada total das mamas, é possível realizar a cirurgia plástica reconstrutora na mesma cirurgia de retirada, o que gera um grande ganho de autoestima para a mulher. Inclusive, o SUS – Sistema Único de Saúde garante isso às brasileiras, sem custo. Há algumas contraindicações, entretanto, para a reconstrução imediata: casos de tumores muito grandes e invasivos, pacientes com comorbidades, que possam aumentar o tempo cirúrgico e, consequentemente, colocar a vida da paciente em risco, e pacientes com problemas de cicatrização.
Terapia-alvo. Já ouviu falar?
Com a evolução do tratamento do câncer, surgiram drogas que identificam e atacam especificamente as células cancerígenas, causando pouco ou nenhum dano às células sadias do corpo.
Como o câncer se manifesta a partir da forma como as células crescem, se dividem e como elas interagem entre si, a terapia alvo funciona nas variadas etapas celulares, sendo eficaz até em casos em que a quimioterapia não responde.
No caso do câncer de mama, acredita-se que 20% das mulheres tenha uma proteína chamada HER2 que promove o crescimento do câncer, então, foi desenvolvida uma terapia medicamentosa para esse tipo específico de câncer, uma terapia alvo para o Câncer de Mama HER2.
Também existem terapias-alvo para outro tipo de câncer de mama, o Câncer de Mama Receptor Hormonal Positivo: são à base de hormonioterapia, inibidores de CDK4/6, que impedem que as células se dividam, podendo ser utilizados até na menopausa.
As terapias-alvo têm como objetivo tratar o câncer de maneira menos invasiva e mais eficiente, sendo uma opção a mais no tratamento. “É preciso, sempre, confiar na equipe médica que atua no caso, para que se encontrem soluções adequadas para a paciente, já que, repito, todo câncer de mama se comporta de maneira diferente”, finaliza a médica.
Por isso, atenção com a sua saúde. A prevenção é o melhor remédio!