Técnica auxilia no tratamento de fobias e ansiedade em geral
Que o uso de tecnologia na área da saúde gera muitos benefícios, disso todo mundo já sabe. Mas já parou para pensar que algumas ferramentas comuns à universos como: dos games, produções cinematográficas, marketing, engenharia e até da educação, podem também ser usada em prol da nossa saúde mental?
A realidade virtual, embora tenha tido seus primeiros indícios por volta dos anos 1930, ganhou mais visibilidade a partir de 2010, impulsionada principalmente pela chegada dos óculos virtuais e jogos de videogames e de lá até aqui, veio conquistando espaço, atualmente sendo utilizada por diversos segmentos.
A psicoterapeuta Juliane Verdi Haddad, que atua no ramo de psicologia e principalmente com a terapia cognitiva comportamental há mais de 25 anos, investe na realidade virtual como ferramenta para melhorar a qualidade de vida das pessoas, inclusive das que possuem algum tipo de fobia.
“Uma das fobias mais comuns, é a de avião. Acredito que entre todas, ela acaba sendo uma das mais limitadoras, pois pode impedir, por exemplo, que a pessoa tenha uma promoção no emprego, ou faça uma viagem de férias com a família, por não conseguir entrar em um avião. Além disso, há outras fobias como: a de animais, altura, elevador, a social – que pode impedir a pessoa de falar em público ou até mesmo de fazer uma refeição em uma praça de alimentação, e temos ainda, a fobia de procedimentos médicos, que também é muito comum”, comenta Juliane.
A profissional explica que disponibiliza em seu consultório uma plataforma de realidade virtual como uma das alternativas para tratar os pacientes que sofrem com essas fobias. Trata-se de um recurso que permite a aplicação da técnica de exposição gradual, onde ela expõe o paciente a “situação” da qual ele teme, fazendo com que aos poucos ele se acostume e aprenda a controlar suas emoções em relação ao que até então ele temia.
“Essa é só uma das técnicas para tratamento de fobias. O paciente vivencia dentro do consultório a situação que lhe gera medo e ansiedade. Ele se vê dentro do avião e fazendo todos os passos: entrando no aeroporto, fazendo check-in, e entrando na aeronave; assim nós vamos trabalhando passo a passo. E por mais que o paciente saiba que ele está dentro de um consultório e não em um avião, por exemplo, nós estamos “enganando o cérebro”. Estamos fazendo com que o cérebro dessa pessoa tenha uma imersão naquela situação, se acostume com aquelas cenas e vá se dessensibilizando, entendendo que aquilo não é ameaçador e perigoso”, explica a psicoterapeuta.
Se antigamente o paciente deveria encarar de frente seus medos e angústias e, muitas vezes, sem a presença física de um profissional para auxiliá-lo, agora isso pode ser feito sem que ele precise sair do consultório.
0 comentários